Não há dúvidas. A economia dos locais atingidos pela operação da Divisão Estadual de Narcóticos foi fortemente afetada. Campo Magro agora deve estar anoréxico, Almirante Tamandaré afogado, Colombo perdido de sua rota e Agudos do Sul mais boleado do que nunca. Foz do Iguaçu, então, agora secou de vez, com certeza. As palmas distribuídas nos jornais do país atestam a eficiência do que seria (impressionante!) o começo do “Paraná contra as drogas”, nome que inspira uma verdadeira mobilização generalizada e emocionante. Parabéns às divisões policiais envolvidas, que, até onde meus contatos e, assim, minha vã coleta de informações alcançam, saíram de moral limpa. E é claro, literalmente limpos, seus rostos tampados e braços musculosos estampados nos jornais. Tudo sem sangue.
Pensando em sangue, tenho uma proposta a fazer. Lembrando das últimas semanas de confronto entre polícia e tráfico no Rio de Janeiro... Veja bem, eu disse confronto, nada que remeta ao positivismo do nome e à assepsia da operação paranaense. Bem contrário, até. Mas acho que não preciso recorrer à origens das palavras ou dicionários para me fazer entender, tenho certeza de que o carioca tem prática, e nada como a prática no assunto para te fazer especialista nos jargões.
Pois eu me pego imaginando possibilidades pra lá de imaginárias. Imagina só (com força, eu sei): a polícia resolvem extender o exemplo do Paraná, só que no Rio. Desconsiderando toda a guerra civil antes deflagrada e chegando direto ao ponto da suposta glória policial, claro. O tráfico estaria absolutamente desarticulado, enfraquecido, as comunidades livres do domínio do comércio das drogas. Do comércio das drogas. O caminho está livre para novas possibilidades de domínio. E agora, o que seria dos milhares de demitidos pelo tráfico, das comunidades órfãs? Uma solução imediata: novos caminhos seriam abertos, ou ainda mais abertos, estuprados, escancarados para as formas de domínio alternativas. Foi tudo o empurrãozinho fantasiado de empurrão que a milícia precisava. Nada como uma boa política de exploração de serviços e submissão das comunidades para garantir aquele lucro.
Claro que a gente sempre pode pensar pelo lado otimista da questão. É quase que uma política de aquecimento e reformulação da economia narcotráfica. Com a operação, o material novinho, que acabara de chegar e nem embalado estava, veja só, todo perdido (sabe-se lá para quem). O tráfico restante, depois de reorganizado, vai precisar de novas remessas. A dobra da demanda vai estimular a produção. A oferta vai ser duplamente maior. Duplamente econômica! Duplamente lucrativa!
Pensando em sangue, tenho uma proposta a fazer. Lembrando das últimas semanas de confronto entre polícia e tráfico no Rio de Janeiro... Veja bem, eu disse confronto, nada que remeta ao positivismo do nome e à assepsia da operação paranaense. Bem contrário, até. Mas acho que não preciso recorrer à origens das palavras ou dicionários para me fazer entender, tenho certeza de que o carioca tem prática, e nada como a prática no assunto para te fazer especialista nos jargões.
Pois eu me pego imaginando possibilidades pra lá de imaginárias. Imagina só (com força, eu sei): a polícia resolvem extender o exemplo do Paraná, só que no Rio. Desconsiderando toda a guerra civil antes deflagrada e chegando direto ao ponto da suposta glória policial, claro. O tráfico estaria absolutamente desarticulado, enfraquecido, as comunidades livres do domínio do comércio das drogas. Do comércio das drogas. O caminho está livre para novas possibilidades de domínio. E agora, o que seria dos milhares de demitidos pelo tráfico, das comunidades órfãs? Uma solução imediata: novos caminhos seriam abertos, ou ainda mais abertos, estuprados, escancarados para as formas de domínio alternativas. Foi tudo o empurrãozinho fantasiado de empurrão que a milícia precisava. Nada como uma boa política de exploração de serviços e submissão das comunidades para garantir aquele lucro.
Claro que a gente sempre pode pensar pelo lado otimista da questão. É quase que uma política de aquecimento e reformulação da economia narcotráfica. Com a operação, o material novinho, que acabara de chegar e nem embalado estava, veja só, todo perdido (sabe-se lá para quem). O tráfico restante, depois de reorganizado, vai precisar de novas remessas. A dobra da demanda vai estimular a produção. A oferta vai ser duplamente maior. Duplamente econômica! Duplamente lucrativa!
Joaquim Lima
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