Homem tem que ser bonito ou gente boa? O questionamento filosófico de evidente profundidade não poderia ter saído de outro lugar senão do site da revista Capricho, o Alcorão do mundo teen. Melhor do que a pergunta capaz de mudar o rumo da humanidade e definir, por exemplo, o futuro de Manuel Zelaya em Honduras, são as respostas das gurus-semideusas identificadas por “Meninas da República Capricho”.
Apesar da clara irrelevância do tema, aposto que estão ansiosos para ver o que pensam as Meninas da República Capricho, inquestionáveis doutoras no assunto! Vamos lá!
Mary Anjos é ambiciosa: “Os dois!”, responde baseada na teoria do Tudo é Possível. E complementa com a vertente do Valor dos Valores. “Mas o caracter(sic) importa bem mais que a beleza”. Confesso que não entendi a presença do “c” antes do t. Deve ser alguma variação linguística ou algum código que minha idade avançada não me permite compreender.
Vamos à próxima acadêmica. Isadutra é a principal estudiosa da Convergência de Qualidades. Em sua tese de mestrado na Universidade Federal Fluminense, ela concluiu que beleza e “caracter” podem habitar o mesmo ser. Além disso, rapazes que não unem as duas virtudes em um só corpo estão fadados ao insucesso com o público feminino! Com singular brilhantismo, ela justifica que uma coisa perde o valor sem a outra:
“Os dois, né? Não adianta ter um rostinho bonitinho e num ter um papo legal, né? E pow, aquele carinha que é super gente boa, mas é feio também não dá pra levar, né!”
Já Caamila (com dois “as” mesmo), baseia-se no estilo Parnasiano. Em sua tese de pós-doutorado, ela prova que o culto à forma em detrimento ao conteúdo também se aplica ao universo masculino. A membro do Conselho Capricho testemunha que a conjuntura mundial a fez mudar de atitude quanto à escolha do homem:
“Antigamente eu escolhia a pessoa por ser gente boa, mas infelizmente aparência conta muito hoje em dia, né. Desencanei então. Agora, é só pegar um bonitinho e aí está tudo certo!”
Vitizanotto e Stéfanie trabalham juntas na linha da Relatividade. Após cinco anos em Sorbonne, na França, elas concluíram que a decisão entre "bonito e gente boa" é definida a partir das intenções (más ou não) da mulher. Resumindo a tese de 300 páginas: se for para ficar apenas uma noite, é obrigatório que o cara seja bonito, mas se há pretensões de um relacionamento duradouro e sólido, ele tem que ter conteúdo e, principalmente, ser gente boa.
“À primeira vista, claro que tem que ser bonito. Mas pra ter algo mais sério com o cara, beleza não é o ponto mais importante. O menino tem que ser gente boa. Nem precisa ser bonito!”, lembra Vitizanotto.
A única da república a defender pensamento diferente foi AnneLayse. Ela estpa no terceiro ano do curso técnico de “Como fazer a sociedade aceitar um namorado feio”. Fontes revelam que ela é conhecida como a hipócrita da academia.
“Gente Boaa sempreeee. Não me importo com beleza exterior”
A análise mais coerente, ao meu ver, vem da Pritt. Ela demonstrou mais habilidade do que as companheiras e foi a única capaz de resolver a problemática. A principal linha da moça de apenas 16 anos é o estudo do francês Antoine Lavoisier, que, na Lei da Conservação das Massas, mostra que “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
“Não dá pra ter os dois? Cara, prefiro bonito então! Aí eu deixo ele legal. Porque pegar feio é triste demais, hein?
Depois dessa resposta aposto que a próxima enquete da revista Capricho vai ser “Como deixar aquele homem feio legal?” Meninas, comecem a estudar e preparem suas colocações. A bibliografia completa está em www.capricho.abril.com.br.
Teo Versiani
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