Nada mais comum nesse mundo, ou em qualquer outro, do que um gente boa.
Difícil dar uma volta no quarteirão sem topar com um legítimo exemplar dessa ordem. Gente boa não quer profundidade, nem tem grandes projetos: ele é o que ele é.
Perdoem, meus amigos, a tautologia, mas gente boa não admite comparações. O que seria o oposto de gente boa? Gente má? Definitivamente não. Atenção! Falta leveza a qualquer concorrente que ouse se apresentar... Gente boa é alguma coisa auto-suficiente, não precisa do outro.
Gente boa não quer nada além do que ele traz: frescor. Gente boa não é juiz, nem réu, nem lobo nem vovozinha. Permitam fazer dele um funâmbulo, que percorre a linha que liga o paradoxo ao nada.
Gente boa pode ser o ladrão da esquina, basta ele devolver o seu documento. Apesar do susto, foi gente boa.
Nenhuma contradição machuca um gente boa, ele requer boa dose delas. Gente boa nunca tem ideologias. Cazuza foi um registro exemplar, quis deixar de sê-lo: fracassou. Nem o maior dos poetas conseguiria livrar-se de tal fardo.
Ninguém: pobre, rico, santo, assassino, escapa do fato de em algum momento ter sido um... gente boa. É isso o que nos justifica.
Gente boa não merece ser escrito, nem dito pessoalmente. Gente boa está sempre em terceira pessoa. Nunca anda conosco.
– Tá vendo aquele sujeito?
– Não.
– Então, ele é muito gente boa.
– Concordo.
A coisa mais parecida com um gente boa que eu já vi foi o ovo da Clarice. Se bem que este carrega um mistério, oculta poderes. O nosso objeto não: gente boa é sempre um legítimo gente boa. Não se pode ser mais ou menos.
Gente boa não precisa de qualidades. É capaz de boas atrocidades. E isso justifica a violência que tantos outros gente boas nos divulgam.
Ser gente boa exige apenas uma condição: que antes seja gente. O meu cachorro é muito gente boa. Porque alienado como todos nós.
Difícil dar uma volta no quarteirão sem topar com um legítimo exemplar dessa ordem. Gente boa não quer profundidade, nem tem grandes projetos: ele é o que ele é.
Perdoem, meus amigos, a tautologia, mas gente boa não admite comparações. O que seria o oposto de gente boa? Gente má? Definitivamente não. Atenção! Falta leveza a qualquer concorrente que ouse se apresentar... Gente boa é alguma coisa auto-suficiente, não precisa do outro.
Gente boa não quer nada além do que ele traz: frescor. Gente boa não é juiz, nem réu, nem lobo nem vovozinha. Permitam fazer dele um funâmbulo, que percorre a linha que liga o paradoxo ao nada.
Gente boa pode ser o ladrão da esquina, basta ele devolver o seu documento. Apesar do susto, foi gente boa.
Nenhuma contradição machuca um gente boa, ele requer boa dose delas. Gente boa nunca tem ideologias. Cazuza foi um registro exemplar, quis deixar de sê-lo: fracassou. Nem o maior dos poetas conseguiria livrar-se de tal fardo.
Ninguém: pobre, rico, santo, assassino, escapa do fato de em algum momento ter sido um... gente boa. É isso o que nos justifica.
Gente boa não merece ser escrito, nem dito pessoalmente. Gente boa está sempre em terceira pessoa. Nunca anda conosco.
– Tá vendo aquele sujeito?
– Não.
– Então, ele é muito gente boa.
– Concordo.
A coisa mais parecida com um gente boa que eu já vi foi o ovo da Clarice. Se bem que este carrega um mistério, oculta poderes. O nosso objeto não: gente boa é sempre um legítimo gente boa. Não se pode ser mais ou menos.
Gente boa não precisa de qualidades. É capaz de boas atrocidades. E isso justifica a violência que tantos outros gente boas nos divulgam.
Ser gente boa exige apenas uma condição: que antes seja gente. O meu cachorro é muito gente boa. Porque alienado como todos nós.
Jean Baptiste
Nenhum comentário:
Postar um comentário