A história a seguir é baseada em fatos reais, corriqueiros. Portanto, leitor, é melhor ficar atento... isso também pode acontecer com você. Tudo começou em um cursinho de primeiros socorros, desses que todo mundo já participou na vida, ministrado por um instrutor dos Bombeiros – normalmente gordinho e careca, pois os saradões nunca são escalados para dar esse tipo de curso. A turma estava lotada, enquanto o instrutor falava de como reagir em casos de corte ou perfuração seguidos de hemorragia. Nesse momento, eu já sentia náuseas e via estrelinhas coloridas na minha frente, sentindo que iria desmaiar a cada foto exibida no slideshow que o bombeiro levara para ilustrar os acidentes. Ao levantar-me para ir ao banheiro, uma senhora - que parecia ter seus 45 anos – levantou o dedo e parou a apresentação para contar seu caso real.
Respirei, voltei, sentei e resolvi ouvir aquilo tudo. A senhora descrevia um domingo em família, com o filho de nove anos em casa e o amiguinho dele, da mesma idade. O filho, João Pedro, e o amiguinho, Marcos, estavam como dois anjinhos assistindo um filme qualquer na TV, deitados no sofá e comendo inofensivas pipocas. Ela estava na cozinha, fazendo mais alguma coisa para eles comerem e, conforme contou, achava incrível o silêncio vindo da sala – pobre mãe, será que ela não imaginou que isso seria um futuro “problema”?
Meia hora depois, a mãe resolveu levar pãezinhos de queijo quentinhos para as crianças. Chegou na sala somente a tempo de ver a cena do crime: João Pedro e Marcos estavam brincando, em silêncio, de correr em volta do sofá, até que um deles esbarrou na mesa. Em cima dela estava o recipiente de vidro lotado de milho de pipoca, que caiu justamente na cabeça do amiguinho de seu filho. A histeria estava armada: Marcos chorava com a cabeça aberta e cheia de sangue e João Pedro gritava socorro – mesmo sem ter mais ninguém em casa.
Por um momento – e também por instinto – a mãe pensou no mais óbvio, no que você provavelmente pensaria. Foi até a cozinha procurar gelo para pôr na cabeça da criança, mas lembrou-se do que a empregada dissera no dia anterior: a máquina de fazer gelo estava com defeito - uma espécie de Lei de Murphy para ricos. Num ato desesperado, abriu o freezer e pegou a única coisa congelada que havia: uma lingüiça para churrasco. Isso mesmo, leitor, uma lingüiça congelada. Rapidamente, a mãe levou a lingüiça para sala a fim de estancar o sangue da cabeça do amiguinho de seu filho. Com a lingüiça na cabeça e mais tranqüilo por estar sendo remediado, Marcos pediu para chamar a sua mãe. Ao fim do desespero inicial, a anfitriã da casa e heroína do dia ligou para o hospital e para a mãe de Marcos, explicando toda a história e vangloriando-se por ter uma lingüiça salvadora. Uma semana depois, ela contava o ocorrido naquele curso de primeiros socorros, aconselhando todos a terem, pelo menos, uma lingüiça para churrasco reserva no congelador.
Respirei, voltei, sentei e resolvi ouvir aquilo tudo. A senhora descrevia um domingo em família, com o filho de nove anos em casa e o amiguinho dele, da mesma idade. O filho, João Pedro, e o amiguinho, Marcos, estavam como dois anjinhos assistindo um filme qualquer na TV, deitados no sofá e comendo inofensivas pipocas. Ela estava na cozinha, fazendo mais alguma coisa para eles comerem e, conforme contou, achava incrível o silêncio vindo da sala – pobre mãe, será que ela não imaginou que isso seria um futuro “problema”?
Meia hora depois, a mãe resolveu levar pãezinhos de queijo quentinhos para as crianças. Chegou na sala somente a tempo de ver a cena do crime: João Pedro e Marcos estavam brincando, em silêncio, de correr em volta do sofá, até que um deles esbarrou na mesa. Em cima dela estava o recipiente de vidro lotado de milho de pipoca, que caiu justamente na cabeça do amiguinho de seu filho. A histeria estava armada: Marcos chorava com a cabeça aberta e cheia de sangue e João Pedro gritava socorro – mesmo sem ter mais ninguém em casa.
Por um momento – e também por instinto – a mãe pensou no mais óbvio, no que você provavelmente pensaria. Foi até a cozinha procurar gelo para pôr na cabeça da criança, mas lembrou-se do que a empregada dissera no dia anterior: a máquina de fazer gelo estava com defeito - uma espécie de Lei de Murphy para ricos. Num ato desesperado, abriu o freezer e pegou a única coisa congelada que havia: uma lingüiça para churrasco. Isso mesmo, leitor, uma lingüiça congelada. Rapidamente, a mãe levou a lingüiça para sala a fim de estancar o sangue da cabeça do amiguinho de seu filho. Com a lingüiça na cabeça e mais tranqüilo por estar sendo remediado, Marcos pediu para chamar a sua mãe. Ao fim do desespero inicial, a anfitriã da casa e heroína do dia ligou para o hospital e para a mãe de Marcos, explicando toda a história e vangloriando-se por ter uma lingüiça salvadora. Uma semana depois, ela contava o ocorrido naquele curso de primeiros socorros, aconselhando todos a terem, pelo menos, uma lingüiça para churrasco reserva no congelador.
Jornalista
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